A inteligência artificial competia com jornalistas. Quem venceu? A resposta surpreendeu os cientistas

Publicado por: Redação
07/12/2025 20:15:00
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Comparação direta entre redações humanas e sistemas de IA revela diferenças importantes na clareza das notícias.
Comparação direta entre redações humanas e sistemas de IA revela diferenças importantes na clareza das notícias.

Um novo estudo europeu revela que, apesar dos avanços da tecnologia, o texto jornalístico produzido por humanos ainda é mais claro e compreensível para o público.

 

O debate sobre se a inteligência artificial substituirá jornalistas ganhou um novo capítulo — desta vez com resultados que surpreenderam até pesquisadores. Um estudo conduzido pela Universidade Ludwig Maximilian de Munique (LMU), publicado na Sage Journals, mostrou que textos jornalísticos escritos por humanos ainda têm vantagem clara quando o assunto é compreensão do leitor.

 

Os pesquisadores do Departamento de Mídia e Comunicação (IfKW) testaram a percepção de mais de 3 mil leitores britânicos, que avaliaram 24 textos: metade produzida por IA e metade redigida manualmente por jornalistas. Após a leitura, os voluntários responderam a testes de compreensão baseados em cinco critérios fundamentais: uso de dados numéricos, estilo de escrita, tamanho de frases e parágrafos, descrições e vocabulário.

 

O resultado chamou atenção: as notícias geradas por IA foram consideradas significativamente menos claras, mesmo após passarem por edição humana antes da publicação. Segundo a pesquisadora principal, Sina Tesler-Cordonuri, a escolha de palavras feita pela IA foi um dos pontos mais criticados — muitos leitores classificaram o vocabulário como excessivamente complexo, com termos pouco comuns no jornalismo cotidiano.

 

Outro ponto negativo foi a forma como a IA apresentou números e dados, aspecto crucial para a credibilidade e a transparência de notícias. Já em elementos como estrutura, coerência e estilo geral, leitores perceberam igualdade entre textos automatizados e humanos.

 

O estudo reforça algo que jornalistas experientes já intuíram: a participação humana continua indispensável, especialmente na mediação da linguagem e no cuidado com o público. Para os cientistas, a recomendação é clara — quando textos de IA forem utilizados, é fundamental que jornalistas revisem números, simplifiquem termos técnicos e garantam que a mensagem final seja acessível ao leitor comum.

 

Nossa Opinião

Nas nossas redações em nuvem, convivemos diariamente com ferramentas de inteligência artificial — e sabemos exatamente onde elas brilham e onde ainda tropeçam. A IA acelera processos, sugere caminhos e amplia possibilidades, mas continua carecendo de algo que somente o jornalista humano domina: sensibilidade editorial, a capacidade de entender a respiração de uma notícia, prever dúvidas do leitor e construir clareza a partir do caos informativo.
O estudo alemão apenas confirma o que vemos na prática: não existe jornalismo forte sem curadoria humana. A IA pode ser uma aliada poderosa, mas jamais deve substituir o olhar crítico, a responsabilidade ética e o compromisso com a precisão que definem a nossa profissão.

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