Por que o mesmo tamanho nunca veste igual?

Publicado por: Redação
26/12/2025 16:57:13
Exibições: 27
O mesmo número pode vestir — ou não — dependendo da marca: o ajuste ainda é um desafio na moda atual.
O mesmo número pode vestir — ou não — dependendo da marca: o ajuste ainda é um desafio na moda atual.

A personal stylist explica a falta de padrão na moda e o impacto real para consumidores, especialmente pessoas altas.

 

Você entra em três lojas diferentes, experimenta a mesma numeração e sai com três sensações distintas. A cintura serve em uma, o comprimento falha em outra, e a terceira simplesmente não veste. O problema de ajuste de tamanho é mais comum do que parece — e atinge homens e mulheres de diferentes perfis, especialmente pessoas altas.

 

Quem tem estatura acima da média convive com esse dilema há anos. Encontrar uma calça que não termine alguns centímetros acima do tornozelo pode ser uma tarefa frustrante. Muitas vezes, a cintura está perfeita, mas o comprimento da perna não acompanha. Afinal, por que isso acontece? As grandes redes são as únicas responsáveis ou a indústria da moda como um todo ainda não acompanha as necessidades reais dos consumidores?

 

Para entender esse cenário, conversamos com a personal stylist Di Ferrera, que acompanha de perto as transformações do mercado.

 

Por que os tamanhos são tão inconsistentes?

Segundo Di, a falta de padronização ainda é uma realidade — e não afeta apenas quem compra, mas também quem vive da moda.
“Eu mesma enfrento esse desafio com frequência. O tamanho da cintura é perfeito, mas o comprimento das pernas não corresponde”, relata. Até pouco tempo atrás, encontrar a peça ideal era quase um milagre. Hoje, no entanto, o cenário começa a mudar, ainda que de forma gradual.

 

A stylist explica que cada vez mais marcas têm deixado de seguir apenas tendências globais e passado a olhar para o consumidor real. “Felizmente, vemos um crescimento de coleções voltadas para mulheres e homens mais altos, as chamadas linhas Tall. Isso é extremamente positivo e mostra que a indústria está se tornando mais inclusiva”, afirma.

 

As redes populares estão mudando?

Di lembra que, há alguns anos, comprar calças com comprimento adequado em lojas populares geralmente terminava em frustração. Hoje, a realidade é diferente.


“Cada vez mais redes de varejo lançaram linhas específicas para pessoas altas”, observa. Com isso, a experiência no provador tende a ser menos frustrante, permitindo que consumidores escolham cortes atuais sem abrir mão de proporção e conforto.

 

Para a especialista, esse movimento vai além da praticidade. “É uma prova de que a diversidade corporal começa, de fato, a ser considerada. Essas coleções atendem necessidades reais e permitem que as pessoas se sintam confortáveis e estilosas ao mesmo tempo”, destaca.

 

Moda para todos — e não apenas no discurso

Ao observar o mercado nacional, Di Ferrera também percebe o fortalecimento de marcas brasileiras menores, especializadas em modelagens alongadas e ajuste preciso. Ela cita polos como Toritama, Surubim, Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru, que vêm se destacando com propostas voltadas para mulheres acima de 1,75 m, com atenção especial às proporções, tecidos e acabamento.

 

“Também há marcas desenvolvendo soluções para o público masculino, com camisas e calças em cortes mais longos”, explica. Para a personal stylist, esse avanço permite olhar para o futuro com otimismo.
“Tenho buscado cada vez mais marcas que criem pensando em corpos e necessidades reais, e não apenas em padrões engessados de moda”, afirma.

 

Di conclui reforçando que moda deve ser acessível, confortável e representativa. “Fico feliz em ver que cada vez mais marcas brasileiras estão começando a entender isso.”

 

Vídeos da notícia

Imagens da notícia

Tags: